terça-feira, 5 de maio de 2015

Símbolos do Self

"A árvore Yggdrasill, situada no centro, simboliza e ao mesmo tempo constitui o universo. Seu cume toca o céu e seus galhos abraçam o mundo. Uma das raízes enterra-se no país dos mortos (Hel), outra na região dos gigantes, e a terceira no mundo dos homens. Desde sua emergência (desde que o mundo foi organizado pelos deuses), pesou sobre Yggdrasill a ameaça da destruição: uma águia tenta devorar-lhe a folhagem, seu tronco pôs-se a apodrecer, e a serpende Niddhog começou a roer-lhe as raízes. Num dia próximo, Yggdrasill desabará e será o fim do mundo (Ragnarök).
Trata-se, evidentemente, da bem conhecida imagem da árvore universal situada no centro do mundo e que liga os três níveis cósmicos: Céu, Terra e Infernos. (...) a árvore, isto é, o cosmos - com seu próprio aparecimento, anuncia a decadência e a ruína final; o destino, Urdhr, está escondido no poço subterrâneo onde mergulham as raízes de Yggdrasill, em outras palavras no próprio centro do universo. (...) Yggdrasill encarna o destino exemplar e universal da existência; toda forma de existir - o mundo, os deuses, a vida, os homens - é perecível, e no entanto suscetível de ressurgir no começo de um novo ciclo cósmico." - Mircea Eliade, in 'Celtas, Germanos, Trácios e Getas', no livro História das Crenças e das Ideias Religiosas Vol.2

A maior intuição, talvez a maior sabedoria sobre o simbolismo do "Self" (Si-mesmo), da condição humana. Temos em nós todas as potencialidades: os abismos frios dos infernos e as frutificantes divindades criadoras, a guerra convulsiva e a paz restauradora, o conflito e o repouso. Nosso destino é o que nasce e emana de nosso próprio eixo, nossa integridade depende do equilíbrio, do fluxo de seiva entre nossas ideias e nossas entranhas. Temos o grande potencial de sermos o centro criativo de um universo único e intransferível e, se formos sábios e bravos o suficiente, saberemos que tudo o que há está destinado a perecer, definhar, morrer. A vida plena é uma consciência e uma escolha. E muitos povos ancestrais já conheciam essas realidades da alma.

O que essa imagem diz a você?

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